13 de setembro de 2013

Bichos da Idade Média


Qualquer traço de bom caráter foi limpo com guardanapos superfaturados, toda honestidade enviada para longe, em cartas seladas de forma obscura

(Nota máxima, orgulho mínimo)

Ainda bate no peito este pesar, a dor que se vê nos olhos, a desesperança que não procura por dias melhores. É que o golpe da corrupção acerta cada vez mais forte: na boca do estômago, no corpo do enfermo, na segurança das famílias, no sonho de todos. Este senhor que nos atinge, chamado Senado, guarda nos cofres o pão do órfão, esconde em seus latifúndios o fruto do trabalhador, ignora do alto de seu trono de mentiras as lágrimas da viúva. No seu feudo, não existe lei que o impeça, nem prece que dê fim à sua ganância. Consome o que pode, como um rato furtivo da realeza, como uma traça silenciosa e traiçoeira, até que não sobre mais nada. Nem a voz de quem ainda luta, nem a tinta de quem protesta, com palavras de uma crônica, contra o bicho que sobre nós governa.

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