12 de agosto de 2013

O Que Agosto Trouxe


"Quando cantam os seus olhos,
eu danço a sua canção e não me canso
e te alcanço com o coração"
(Duka)
Eu me encantei nos primeiros 90 segundos de conversa, quando você brigou comigo, e ao mesmo tempo riu, por ter derramado cerveja na sua camiseta azul. Eu me encantei nas primeiras bobagens que você disse com um sotaque, que saiu meio arrastado, meio preguiçoso, ao fazer uma graça qualquer. Eu me encantei por você e por tantas coisas, que não sei como escrever. É que o seu jeito de falar bobagens me fez perder o jeito com as palavras, perder a coerência, perder as horas. É que a forma que você sorri com os olhos me fez gastar uma noite inteira a imaginar como seria te conhecer além de um copo e outro, além da sua falta de talento com os passos.

Repara, eu não falei de amor, nem pedi pra que você ficasse por mais tempo. Repara, o que me deixou feliz foi o presente que o acaso nos deu. Um momento nosso, um afeto silencioso, uma oportunidade que, provavelmente se repetirá, mas não será igual a nenhuma outra. Repara, e aquela calçada é testemunha, que, embora eu já soubesse seu nome, agora ele ficou gravado na memória, como uma música que a gente gosta logo quando aprende a cantá-la.

O sol se levantou e eu tive que voltar pra casa, amanheceu e você não me acompanhou. Mas eu te carrego em pensamento e te fiz literatura. Eu já te gravei entre os meus capítulos e, de todos os outros, você é o meu romance mais inocente.

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