15 de setembro de 2013

A Quem Me Perguntar


Pode ser em uma festa lotada, ou em um barzinho atrás da avenida, em qualquer lugar que eu vá, continuam a me perguntar sobre você, continuam a procurar em mim características de nós dois. Talvez por preocupação ou mera curiosidade, talvez por mania ou falta de assunto, ou talvez ainda pelo mesmo motivo que eu me pergunto: é difícil entender o porquê, é arriscado tentar justificá-lo. Como se a chegada do fim não bastasse, como se faltassem palavras, um início apressado que se adiantou no ponto final e, eventualmente, um meio que ficou em branco.

Um amigo me disse que sou louco, que este pensamento meio teimoso, meio iluminista, que busca explicação para tudo, serve apenas para cansar os meus dias e o meu coração. Disse e me repetiu que eu deveria aceitar o destino, as coisas como são, fechar algumas portas e, quem sabe, abrir outras. Mas eu não sei ouvi-lo, não sou bom em seguir conselhos. A verdade é uma e a minha vontade também: eu gostaria de mudar tudo. E assim, entregar as cartas que te escrevo, curar os nossos erros, acalentar você nos braços e, ao olhar seu rosto, dizer: eu não preciso de mais nada. 

Perversa sorte imutável, maldito tempo que não volta. Não dá pra dormir e acordar um ano atrás, não dá pra consertar o que já se estragou. É impossível remontar um quebra-cabeças de peças partidas. Enquanto a conclusão que eu preciso ouvir não se apresentar, a minha resposta aos ouvidos curiosos será a mesma: nenhuma. Quiçá, um olhar que se desvia para uma direção qualquer, apenas pelo incomodo do assunto, pela necessidade de permanecer em silêncio.

Um comentário:

  1. "É impossível remontar um quebra-cabeças de peças partidas."

    Dura realidade da vida...

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