A rotina é a mesma desde que
seus passos não atravessaram mais a porta, desde que seu prato não está mais
sobre a mesa, desde que repousa apenas um travesseiro em nossa cama. Do lado de
fora, nada mudou. Do lado de dentro, explodiu um pequeno caos. Sua falta faz
bater mais devagar o peito, que sente o peso de não te ter por perto. Mãos se
tornam inúteis e pés sem serventia, já que não podem mais te alcançar. A boca
se cala, mas a mente guarda as memórias, escritas quase sempre em
pedaços de versos confusos, embriagados pela saudade. Ainda sim, o maior lamento vem dos olhos. Agora eles veem em preto e branco, como um filme antigo, sem
graça, sem cor. Agora eles fitam o horizonte, em um hiato de mãos, e carícias,
e boca, e beijos, e laços. Sem expectativa de desfecho, sem apreciar outro olhar. Agora eles enxergam somente sua ausência e as dores que ela
causa.
Não existe mais "bom dia" ao acordar, nem passeios no fim de semana. Não existem mais brigas por respostas demoradas, nem planos de mudança para qualquer cidade do sul. Existo eu, sozinho. Eu e um nó na garganta. Então se puder, por favor, traz de volta a minha inspiração e a alegria dos dias em que você esteve aqui. Deixa-me ouvir de novo a voz apressada que entrava e enchia a sala, sentir outra vez o abraço terno e apertado ao redor dos meus ombros, e o mais importante: ver novamente todas as cores que eu descobri quando conheci seus olhos.
Não existe mais "bom dia" ao acordar, nem passeios no fim de semana. Não existem mais brigas por respostas demoradas, nem planos de mudança para qualquer cidade do sul. Existo eu, sozinho. Eu e um nó na garganta. Então se puder, por favor, traz de volta a minha inspiração e a alegria dos dias em que você esteve aqui. Deixa-me ouvir de novo a voz apressada que entrava e enchia a sala, sentir outra vez o abraço terno e apertado ao redor dos meus ombros, e o mais importante: ver novamente todas as cores que eu descobri quando conheci seus olhos.
Que lindo. Amei, me identifiquei com algumas partes especialmente com essa:
ResponderExcluir"A boca se cala, mas a mente guarda as memórias, escritas quase sempre em pedaços de versos confusos, embriagados pela saudade. Ainda sim, o maior lamento vem dos olhos. Agora eles veem em preto e branco, como um filme antigo, sem graça, sem cor. Agora eles fitam o horizonte, em um hiato de mãos, e carícias, e boca, e beijos, e laços."
bem escrito, tocante :D
Acompanhando seu blog a partir de agora. ;)
Obrigado, Babi. Eu ganho meu dia quando leio comentários como o seu. :)
Excluirp.s.: tive que ler a bio pra descobrir o porquê de Emilly e adorei. <3
Bonito texto...
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