5 de novembro de 2017

Drew, Você Estava Errado.

Meu amigo se declarou hoje.

Exato. Abriu o coração, falou sobre o que sentia, desnudou-se diante de outro alguém para alcança-lo. Um gesto admirável e uma atitude de poucos, eu diria. No primeiro momento, fiquei perplexo, depois, reflexivo. Faz quanto tempo não fazemos o mesmo?

Há alguns anos, quando ainda usávamos o MSN Messenger para nos comunicarmos, eu lembro do Drew dizer "Hg, sentimentos expostos servem somente para serem pisados". Daquela época desde então, eu teimei algumas vezes e devo ter escrito uma ou duas cartas de amor. Depois parei, ou desisti, se preferir colocar dessa forma. Parei de acreditar em paixões, passei a acreditar no Drew. Não que os amores tenham morrido, junto com a vontade de colocar cada sentimento para fora. O romantismo continua aqui, presente e constante, mas ficou guardado para quando valer a pena. Só que esse dia nunca chega.

Afinal, qual o problema em dizer "Eu quero te conhecer"? O que há de errado em pronunciar em alto e bom som "Sua presença me faz bem, vamos nos ver de novo"? Por que tememos reconhecer nossa vulnerabilidade ao falar "Não sei explicar, mas não consigo parar de pensar em você."?

Talvez se a gente não racionalizasse tanto, e se protegesse tão intensamente, e parasse de encontrar desculpas que nos servem bem. Talvez se a gente se preocupasse menos com a resposta e mais com tirar o peso das palavras não ditas dos ombros. Talvez se a gente fosse mais humano, nós seríamos também mais felizes.

Meu amigo se declarou hoje.

Seguiu seus instintos mais primitivos. A sede pelo cheiro, pelo toque, pelo olhar. A vontade de ser e estar, de aproveitar a oportunidade dada, de se tornarem um só. Poderia ter dado tudo errado, mas deu certo. Quanta coragem nos falta para fazermos o mesmo?

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