17 de julho de 2016

Um Convite Simples

Eu menti, viu?

Em tudo que diz respeito a você, eu menti. Primeiro pra mim, depois para os outros. Não é verdade o que eu te disse ontem, nunca foi. Não tem amor ao passado, nem apego a história antiga. Eu não te comparo com ninguém, nem tenho desculpas que te afastem da minha companhia.

Ei, a gente pode começar de novo? 

A única verdade nisso é que eu estava com medo de me aproximar e, apesar de continuar assustado, também permaneço curioso. Então senta do meu lado e olha pra mim. Encosta nesse banquinho e me conta o que te trouxe até aqui hoje. Eu quero saber o que te inspira a acordar toda manhã, quais são seus interesses. O que te impressiona?

Para por um momento. Não elogia meu sorriso, nem o jeito que eu escrevo. Eu já ouvi isso várias vezes, e não soa mais profundo. Diz algo com a honestidade dos seus olhos, com a sensibilidade do seu coração que poucos conhecem.

Eu sei que você pode chorar quando começar a falar. Dá pra ver que tem muita coisa escondida aí, entalada na garganta. Não se preocupa, eu vou guardar segredo, e a gente vai dar um jeito. E se não der, paciência. Só mais um pouquinho de tempo, só mais um pouquinho de força, vai passar.

Não é por ser mais velho que eu tenha adquirido experiência, ou, não é por ter experiência que seja imune ao erro. Aliás, eu quero acreditar que ter cruzado seu caminho não foi um deles. Eu quero quebrar este gelo e este silêncio que paira quando estamos sozinhos.

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