5 de maio de 2014

Na Minha Roda

Gosto de mesa de bar, calçadas aconchegantes e bancos de praça familiares. Gosto pela cumplicidade que doam a mim e aos meus pecados, pelo silêncio que me oferecem quando lhes confesso segredo, pelos inúmeros risos que trouxeram a cada chegada, por testemunharem a angústia dos olhos em todas as despedidas. 

Gosto de copo cheio, pés no asfalto frio e vento suave na nuca. Gosto porque nenhum deles me julga, não são capazes de me lançar qualquer olhar torto e, nem sequer uma vez, preocuparam-se em me dar conselhos da Carochinha que eu encontraria facilmente na sessão de auto ajuda da livraria mais próxima.


Gosto das histórias que a mão não se permite escrever e boca não pode contar. Vontades insanas, intenções incompreendidas e experiências libertadoras que poucos aceitariam dividir. Sentimentos mesquinhos, dúvidas que assustam e uma lista extensa de pequenos delitos que, com a perdão dos especialistas, ninguém consegue tratar.

Gosto dos lugares e das pessoas mais improváveis, onde estão os ouvidos sempre atentos e as respostas mais sinceras.

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